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Desafio literário "Eu e as #MulheresdaLiteratura" parte 1

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 Olá pessoal, tudo bem? Já que estamos no mês do Dia Internacional da Mulher, estou participando de um desafio literário muito interessante criado pelo blog Queria Estar Lendo. O desafio Eu e as #MulheresdaLiteratura consiste basicamente em responder os 31 temas propostos durante o mês.

 Sobre o desafio:

 "No Queria Estar Lendo nós realmente acreditamos na primavera das mulheres. E para tirar essas ideia de que 'mulheres só escrevem romance' criamos um desafio de 31 dias para divulgar protagonistas e livros maravilhosos, escritos por mulheres tão incríveis quanto!

 Convide os amigos e participe com a gente! O desafio começa no dia 1/03 e termina no dia 31/03. Ele faz parte do mês das mulheres, do blog Queria Estar Lendo.

 Você pode responder o desafio dia a dia, ou todo de uma vez. Pode ser através de postagens nas redes sociais ou no seu blog, pode ser através de fotos ou vídeos. Mas sempre use a hashtag #MulheresdaLiteratura para que possamos encontrar você e conhecer suas indicações! ;)"

 Eu estou respondendo o desafio diariamente pelo Instagram, e compartilho as respostas na página do Facebook e no Twitter. Como estou achando os temas muito legais, e já concluí um terço dele, decidi postar minhas primeiras respostas também aqui no blog como se fosse uma tag.

Eu e as #MulheresdaLiteratura
Harry Potter e a pedra filosofal, J. K. Rowling
1- O primeiro livro escrito por uma mulher que você leu: eu leio desde os 5 anos, então não lembro qual foi, por isso escolhi o primeiro livro que li na minha nova fase de leitora, em 2012, "Harry Potter e a pedra filosofal" da J. K. Rowling. Lembro que vi o filme na TV e fui correndo ler o livro. Amei! Ah, só de ver que a autora usou uma abreviação do seu nome, de forma que não fosse de cara identificada com mulher, já dá pra ter uma noção do quanto ainda temos que conquistar.

A evolução de Calpúrnia Tate, Jacqueline Kelly
2 - O seu livro preferido escrito por uma mulher: essa é beeem difícil, mas escolhi "A evolução de Calpúrnia Tate", escrito pela Jacqueline Kelly, um livro que inicialmente encanta pela capa, mas que quando a gente conhece a pequena Calpúrnia, é fascinante!

Incrível, Sara Benincasa
3- O seu livro preferido protagonizado por uma mulher: minha lista de favoritos é pequena, e percebi que não tem muitos protagonizados por mulheres, mas escolhi "Incrível" da Sara Benincasa. A protagonista Naomi é uma personagem com quem me identifico muito.
Eleonor Hertzog
4 - Sua autora preferida: eu escolhi a brasileira Eleonor Hertzog, que escreve a série Uma geração. Todas as decisões. Já li os 3 livros lançados por ela ("Cisne", "Linhagens" e "Guardião?") e sou apaixonada pelo universo que ela criou. 
É agora... ou nunca, Marian Keyes
5 - Um livro com amizade forte entre mulheres: sempre que penso em amizade, o livro "É agora... ou nunca" da Marian Keyes me vem na cabeça. As protagonistas Katherine e Tara são amigas desde a adolescência, mesmo sendo bem diferentes.
O Teste, Joelle Charbonneau
6 - Um livro com uma heroína que salva a si mesma: Malencia Vale da trilogia distópica "O Teste", escrita pela Joelle Charbonneau . É a inteligência dela, sua força interior e determinação que podem mudar o futuro de sua comunidade. 
Alice no País das Armadilhas
7 - Um livro com uma heroína que não tem medo de armas e lutas: Alice, protagonista da distopia "Alice no País das Armadilhas"é uma garota que cresceu numa sociedade onde armas eram praticamente os únicos brinquedos das crianças, por isso desde pequena aprendeu a se defender e defender os seus dos zumbis que poderiam atacar. 
O Visconde que me amava, Julia Quinn
8 - Um livro de romance escrito por uma mulher: escolhi meu romance favorito, "O Visconde que me amava", segundo da serie Os Bridgertons da Julia Quinn . Um trechinho que amo : "Por quê você acha que resolvi aprender a tocar flauta numa idade tão avançada? Todos disseram que eu era velha demais, que para ser realmente boa eu deveria ter começado quando criança. Mas a questão é que não preciso ser boa. Só tenho que me divertir com isso. E saber que tentei." 
Assassinato no campo de golfe, Agatha Christie
9 - Um romance policial escrito por uma mulher: "Assassinato no campo de golfe" da Agatha Christie.






Rainha dos corações congelados,Rebecca S. Melo. 10 - Um livro de fantasia escrito por uma mulher: escolhi uma das minhas leituras mais recentes, "Rainha dos corações congelados" da Rebecca S. Melo.








 Temas que ainda faltam:

11 - Um livro sobrenatural/sci-fi escrito por uma mulher;
12 - Um livro de terror escrito por uma mulher;
13 - Um livro com a heroína na capa;
14 - Um livro com uma heroína que não se conforma em ser o que esperam dela;
15 - Um livro escrito por duas (ou mais) mulheres;
16 - Um livro com a sua heroína preferida;
17 - Uma autora que te inspira;
18 - Um livro com uma heroína na qual você se espelha;
19 - Um livro com uma heroína que as meninas deveriam conhecer desde novas;
20 - Um livro com uma protagonista que você não esperava ser tão forte quanto foi;
21 - Um livro com uma heroína que você começou odiando e terminou amando;
22 - Um livro onde a heroína salva o herói;
23 - Um livro com uma mulher transsexual;
24 - Um livro com uma mulher bissexual/homossexual;
25 - Um livro com uma personagem feminina que seja uma figura de poder;
26 - Um livro com uma mulher que escolheu a família;
27 - Um livro com a melhor vilã;
28 - Um livro com uma protagonista negra;
29 - Um livro com uma protagonista que superou abusos físicos e/ou emocionais;
30 - Um livro com uma protagonista que não queria salvar o mundo;
31 - Um livro com uma personagem feminina (ou a autora) que represente o que é ser mulher para você.

 Se você ainda não está participando, que tal responder o desafio também? Você pode postar mais de uma foto por dia até conseguir chegar no dia certo. Ou pode responder ao desafio todo de uma vez. A ideia é compartilhar boas histórias escritas por mulheres. Recomendo a leitura do post "Porquê é importante falarmos das Mulheres da Literatura?" do blog Queria Estar Lendo. Se você já está participando dos temas, me conta nos comentários por onde está colocando as respostas. Por hoje é só, espero que tenham gostado do post e que participem do desafio. Lembrando que quem quiser ver minhas próximas respostas é só me acompanhar pelas redes sociais (tem os link aí embaixo).


Até o próximo post!
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Sorteio de aniversário do blog My little garden of Ideas‏

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 Olá pessoal, tudo bem? O blog amigo My little garden of Ideas‏ e outros blogs parceiros montaram uma super promoção para comemorar dois anos de My little garden of Ideas‏. A Paac explica como participar: 

Sorteio de aniversário do blog My little garden of Ideas‏ Heey Como vão?
Em Janeiro o Blog completou 2 aninhos e pra não passar o ano sem comemorar, reuni alguns blogs que farão parte desse momento mega especial!!

São 4 kits de livros mais marcadores e pra ganhar basta cumprir as regrinhas obrigatórias e se quiser ter mais chances também existem as opcionais.



Prêmios:
Serão 4 ganhadores, cada um ganhará 1 kit de livros + marcadores.
- 3 kits com 5 livros 
- Marcadores

Regras: 
- Residir em território brasileiro.
- Cumprir todas as opções obrigatórias.
- Os ganhadores tem 48 horas pra responder o e-mail.
- Perfis Fake serão desclassificados. 
- Não nós responsabilizamos por extravios dos correios.
- Cada livro será enviado pelo blog que o forneceu, e cada blog terá até 60 dias para enviar o prêmio cedido.


O sorteio vai até dia 12/04.
sorteio, livro, guia-de-uma-ciclista-em-kashgar, tua, twittando-o-amor, sangue-dos-deuses

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BOA SORTE!


Até o próximo post!

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Conheça a Primavera Editorial, a nova editora parceira do blog

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 Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho falar um pouquinho sobre a nova editora parceira do blog, a Primavera Editorial:
Primavera-Editorial, editora, parceria, blog

 Um pouco sobre a editora:
MISSÃO

ESTIMULAR NO CIDADÃO BRASILEIRO O HÁBITO DA LEITURA COM CONTEÚDOS PRAZEROSOS, INTELIGENTES E INSTRUTIVOS.
VALORES

ESTIMULAR – Em cada projeto para lançar uma obra, procuramos uma proposta gráfica com diferenciais: formato, fontes e capas;

BUTIQUE DE LIVROS – A formatação das obras são elaboradas com cuidado, de forma especial e com sofisticação;

CONTEÚDOS PRAZEROSOS – Queremos que chegue até o leitor conteúdos gostosos, com bom humor, para ele querer ir até o fim, que seja uma obra atrativa;

CONTEÚDOS INTELIGENTES – Proporcionar aos leitores ideias novas, novas sensações, cultural e histórica, trama bem escrita;

CONTEÚDOS INSTRUTIVOS – Obras que tragam reflexão e conhecimento novo ao leitor.

Com a proposta de ser uma “butique de livros”, a Primavera Editorial estimula o hábito da leitura com conteúdos prazerosos, inteligentes e instrutivos. Investir em novos autores nacionais e estrangeiros tem sido uma das estratégias adotadas pela editora. Com diferentes linhas editoriais como romances históricos e sociais, ficção brasileira e estrangeira e policiais, as obras editadas são associadas à inovação e ao pioneirismo dos conteúdos, além da qualidade da produção gráfica.

As obras de ficção oferecem a possibilidade de “viver emoções” que não fazem parte do “enredo” cotidiano dos leitores; os livros publicados pelos selos EDU, BIZ e PSI são instrumentos de aprimoramento pessoal e profissional. (Fonte: site da editora)

 Alguns livros:

31, profissão solteira, livro



livro, A neta da maharani

- Clique aqui e leia o primeiro capítulo do livro.


 
 
 

 Fiquei muito feliz ao saber que o blog havia sido selecionado. A Primavera Editorial tem um catálogo com obras que me interessam muito. Para quem quiser ver outros livros ou saber mais sobre a editora, é só acessar o site, o Facebook ou o Twitter da Primavera Editorial. Espero que vocês tenham gostado da novidade!


Até o próximo post!

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Resenha: livro "Vai sonhando!", Megan Maxwell

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 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Vai sonhando!", escrito pela Megan Maxwell e publicado no Brasil pela Editora Suma de Letras. Eu li ele no ano passado mas acabei não resenhando, mas como era uma história que eu tinha gostado muito, decidi relê-lo para resenhar aqui no blog.

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 "A vida, querida, nos leva, e você só tem que tentar aproveitar tudo do caminho."

 No livro, narrado em terceira pessoa, conheceremos Ruben Ramos, jogador do time de futebol italiano Inter de Milão. Aqui, abro um parênteses: eu já vi o acento do nome do personagem no "u" e também no "e", por isso, na resenha, vou deixar o nome dele sem acento, nas citações vocês verão que ele está na última vogal, mas na sinopse ele está na primeira. Voltando ao protagonista: ele era bonito, rico, famoso e apreciador da companhia feminina, saía com várias mulheres mas não mantinha nenhum relacionamento sério. Tudo ia bem até que, durante um jogo, ele quebrou a perna, tendo que ser operado e ficando afastado dos gramados por um bom tempo para se recuperar, justamente na época em que o time tinha um novo e, aparentemente, severo técnico.

 Ruben estava bem irritado com a situação, e quando conheceu sua fisioterapeuta, Daniela, tentou descontar também nela o seu mau humor. Porém, Daniela não reagiu da forma que ele esperava, ela mantinha sempre um sorriso no rosto e parecia ter uma dose inesgotável de paciência.

 "Olhando-a diretamente nos olhos, Rubén acrescentou:
 - Você é a única pessoa que eu conheço que sempre está de bom humor e sempre sorri.
 - Eu gosto de sorrir.
 - Mas você nunca fica irritada com nada?
 Com uma expressão das mais cômicas, ela respondeu que não.
 - Gosto de enxergar a vida pelo lado positivo e é melhor não me irritar, pois eu não recomendo. Quando fico brava sou a pior… da pior… da pior das criaturas. Como diz meu pai: não tenho meio termo, de um docinho de coco viro um verdadeiro espinho."

 E ela era assim mesmo, como está no trecho acima, podia ser doce, mas também podia partir pra briga. Dani não era como as mulheres que ele estava acostumado (mulheres que tinham corpos de modelo e que faziam de tudo para chamar a atenção dele e agradá-lo). Daniela tinha um corpo mais cheio de curvas e, além do sorriso constante, parecia não ser atingida pelo charme de Ruben.

 "- Aiii… mas como você é convencido, principezinho! E antes que solte alguma de suas pérolas, deixa eu te lembrar que estamos no século XXI. As donzelas de agora são mulheres que sabem o que querem e com quem querem. E eu, com toda a certeza, não sou seu tipo, nem você é o meu, para a sorte dos dois. Mas sou, sim, uma mulher absolutamente livre pra dormir com quem eu quiser, assim como você, entendeu, machão?
 Ele a encarou com a testa franzida. Nunca nenhuma mulher tinha falado com ele daquele jeito."

 A convivência entre os dois foi cheia de atritos no início, mas com o tempo foi surgindo uma atração entre eles. Ruben foi descobrindo que não era só a aparência de uma mulher que importava, e Dani foi descobrindo que ele tinha outras qualidades além da aparência.

 "Todas as manhãs, Rubén ia ao hospital para a fisioterapia. Daniela e ele continuaram com suas discussões, mas já não era só ela quem sorria: agora ele também fazia isso. Havia sido contagiado pela ironia e pelo bom humor de Daniela. Conversar com ela era o melhor momento de seu dia. Surpreso, ele percebeu que, mesmo em casa, sua cabeça continuava pensando nela. O que estava fazendo? Ficara louco?"

 O problema é que Dani tinha um segredo, ela escondia algo que fazia com que não quisesse ter um relacionamento amoroso com duração maior que dois meses. Ela já havia passado por muitos problemas na vida, que fizeram com que só pensasse em viver um dia de cada vez. Porém, quando ela conheceu Ruben, por mais que tentasse negar, se apaixonou por ele. Mas Dani não queria ser só mais uma das muitas mulheres com quem ele se relacionava, ela não se sentia capaz de suportar caso tivesse uma decepção com ele, mais se você acha que o Ruben ia desistir da Dani, vai sonhando!

 Esse foi o primeiro livro que li da Megan Maxwell. A autora é famosa pela trilogia "Peça-me o que quiser"(que muitas pessoas me indicaram quando comentava que tinha lido "Vai sonhando!", mas eu comecei a ler o primeiro e abandonei, não gostei, a protagonista dele é muito submissa e o mocinho faz o que quer com ela sem perguntar a opinião dela antes, garanto que em "Vai sonhando!" as coisas são diferentes). Eu gostei bastante da escrita da autora, foi uma leitura que devorei rapidamente.

 Em muitos romances acontece de o casal se apaixonar super rápido, mas nesse livro o casal vai se conhecendo e a relação deles vai sendo desenvolvida ao longo do tempo, nos meses em que a Dani e o Ruben estão na fisioterapia, e depois disso. A história não é parada, é cheia de novidades, reviravoltas e surpresas, a Dani enganou o Ruben por um bom tempo (quem mandou ele ser enxerido!), e enganou o leitor também, e foi super legal descobrir a verdade junto com o Ruben. Eu gostei de todos os personagens, mesmo que não concordasse com eles, eu conseguia entendê-los, eles pareciam reais, e os personagens secundários deram um brilho a mais para a história.

 Quando li "Vai sonhando!", eu tinha acabado de ler os livros da série Novas Espécies da escritora Laurann Dohner (que eu ainda vou resenhas para vocês), e eu achava que nenhum mocinho ia ser tão quente e tão apaixonado quanto os dos livros da Laurann, mas aí veio o Ruben e eu vi que estava errada. Me cortou o coração as tentativas da Dani de se afastar dele por medo de sofrer, mas o final foi tão fofo.

 "Pouco a pouco, foram se distanciando. Não diziam nada um ao outro, mas ambos tinham consciência do que estava acontecendo. Ele a chamava para sair, mas ela sempre recusava alegando outros planos ou fingia estar ocupada. Por outro lado, quando ela ligava, ele sempre aceitava. Tinha necessidade de vê-la."

 Enfim, "Vai sonhando!"é uma leitura que vale a pena, recomendado para quem gosta de romances intensos e divertidos ao mesmo tempo. Não é erótico como "Peça-me o que quiser", mas tem ótimas cenas quentes. Ah, sobre a capa: creio que ela tenha sido escolhida para seguir o padrão das outras capas dos livros da autora lançados pela editora, achei razoável, mas aí embaixo estão capas de outras edições estrangeiras, qual vocês gostam mais?
capa-estrangeira, livro, Vai sonhando, Megan Maxwell
capa-estrangeira, livro, Vai sonhando, Megan Maxwell

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Alguém aí já leu esse livro ou outro da autora?

 Detalhes: 280 páginas, tradução: Monique D’Orazio, ISBN: 9788581052557, leia um trechoSkoob. Onde comprar online: Submarino, Americanas.


Até o próximo post!

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Entrevista com Rebeca S. Melo, autora de "Rainha dos Corações Congelados" e "As lendas de Saas"

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 Olá pessoal, tudo bem? Hoje trago uma pequena entrevista com a escritora Rebeca S. Melo, que escreveu o livro "Rainha dos Corações Congelados"(que eu amei e já resenhei para vocês, para ler ou reler a resenha é só clicar aqui) e "As lendas de Saas".

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 Um pouco sobre ela: nasceu no ano de 1993, em Brasília, já morou em Guiné-Bissau (África [não acredito que não perguntei nada sobre isso na entrevista!!!]), atualmente mora em João Pessoa e cursa Administração no IFPB.






Rainha dos Corações Congelados
 Sinopse do livro Rainha dos Corações Congelados: Depois de tomar a decisão que muda sua vida para sempre, voltar atrás pode ser mais difícil do que seguir em frente...
Em uma típica noite da agitada Nova Iorque, uma garota corre pelas ruas com o rosto banhado em lágrimas. Seu nome é Melinda e tudo o que ela deseja é um canto solitário para chorar. Com o coração partido, ela finalmente encontra um cantinho na Biblioteca Pública, onde um livro particularmente especial chama sua atenção. Sem saber o poder do que tem em mãos, ela acaba atraída por uma mancha em formato de fechadura nas páginas do livro. Quando volta a si, descobre que está na Terra dos Sem-Coração, um mundo congelado onde não há sentimentos.
Para ficar ali, Melinda aceita ter seu coração arrancado pela Rainha. No entanto, a terra é envolta por mistérios e profecias, que podem estar diretamente relacionadas a ela e ao destino de todos que vivem ali. Ao lado de verdadeiras amizades e enfrentando seus piores medos, Melinda descobrirá que nem sempre fugir da dor é a melhor maneira de superá-la.


Maria - Quando e como surgiu a ideia para Rainha dos Corações Congelados, de onde veio a inspiração?

Rebeca: Foi em 2014, quando eu estava viajando de ônibus entre João Pessoa e Cajazeiras. Esta é uma viagem muito longa e geralmente eu tomo remédio para não enjoar, o que acaba me fazendo dormir durante todo o caminho. Só que, naquele dia, eu não tomei o remédio. Depois de muitas horas olhando pela janela totalmente entediada, me veio uma cena na cabeça: uma garota caminhando na neve, encontrando uma muralha, tocando um sino de ouro e sendo recebida por uma Rainha. Ao chegar ao meu destino, eu desci do ônibus com uma mala na mão e uma história no coração!
Minha principal inspiração foi a série Once Upon a Time.

M - Você postou o livro inicialmente no Wattpad, para depois publicá-lo em formato impresso. Como foi esse processo de publicação? Você encontrou dificuldade em encontrar uma editora? Como foi sua experiência com o financiamento coletivo?

R: Levou alguns meses até que eu decidisse qual proposta aceitaria, porque recebi aprovação de 8 editoras. Infelizmente, minha experiência com o financiamento coletivo não foi tão boa, mas também não foi das piores. Esse método de publicação é bem estressante por conta da meta de vendas que você precisa atingir em um curto período de tempo.

M - Em seu site, você disse que a ideia inicialmente era fazer um livro único, mas que as ideias foram surgindo e se tornou uma série com 4 livros. Além do primeiro já publicado, quantos já foram escritos? Já tem uma previsão para a publicação dos próximos?

R: Eu tenho “Primavera” escrito, que é o segundo livro. Mas não tenho uma previsão de lançamento... Acredito que não vai demorar muito!

M - O que os leitores podem esperar do livro 2? Será que saberemos mais sobre a origem da Terra dos Sem-Coração e do passado da rainha?

R: Sim, a Rainha aparecerá muito mais no segundo livro do que apareceu no primeiro. Os leitores conhecerão a mulher por trás da coroa *-*

M - Tem algum personagem que seja o seu favorito no livro um? E alguma cena que seja a sua preferida e que você tenha gostado muito de escrever?

R: Eu amo o Johnny, ele é uma criança muito doce! E também amo a Rainha, mas entendo totalmente os leitores que não gostam dela.
Várias cenas me marcaram muito, afinal Rainha dos Corações Congelados é um livro que fala principalmente sobre as coisas que nos machucam. Porém, se eu pudesse escolher só uma, diria que foi o beijo. Aquele beijo... Meu Deus! Sofri um bombardeio de emoções enquanto escrevia! Meus leitores do Wattpad costumavam comentar coisas do tipo: “Rebeca, a Melinda pode não ter coração, mas eu tenho, e estou morrendo por isso!” kkk :’)

M - Que conselho você daria a um escritor iniciante?

R: Bom, eu não sei vocês, mas escrevo desde os 13 anos e nunca acreditei que um dia poderia ser escritora, jurava que não levava jeito. Por isso, o meu conselho pra você é: não desista da escrita, porque a escrita nunca vai desistir de você. Encontre pessoas que te apoiem (como eu encontrei no Wattpad) e persiga seus sonhos. E não se esqueça da paciência: tanto para desenvolver a habilidade de escrever (estamos sempre aprendendo!), como para ver os sonhos se concretizando.

M - E que livro ou autor você gosta e indicaria para mim e para os leitores do blog?

R: Indico Sidney Sheldon por dois motivos: ele foi a razão de eu ter me tornado leitora e, posteriormente, escritora. Se nunca leram nada dele, sugiro que comecem por “Se houver amanhã”. Essa obra é FANTÁSTICA!

M - Sinta-se a vontade para deixar um recado para os leitores do blog, se quiser.

R: Hã... Olá! Eu li os comentários de vocês na Tag da página 100 e devo dizer que fiquei muito feliz em ver tanta gente interessada na história da Melinda. Ah, e pra quem disse que amou a capa, eu também amei assim que a vi!! *-* Enfim, se quiserem ler, serão bem vindos, a Terra dos Sem-Coração os espera! Beijos


 Queria agradecer muito a Rebeca, por ter sido tão atenciosa e simpática. Eu já mandei entrevistas para  muitos autores que prometiam responder mas depois não me davam retorno. A Rebeca, mesmo estando em fase de TCC, respondeu surpreendentemente rápido. Ganhou mais uma fã! Se eu já amava "Rainha dos Corações Congelados" antes, agora amo mais ainda! E já estou ansiosíssima pela continuação!

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado!


Até o próximo post!

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Vídeo: leituras de fevereiro

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 Olá pessoal, tudo bem? Antes de ontem mostrei para vocês os livros que recebi em fevereiro, hoje venho mostrar as minhas leituras do último mês. É a primeira vez que faço um vídeo do tipo e espero que vocês gostem. Para mim, foi bem legal poder falar um pouquinho sobre os livros.



 E vocês, o que leram de bom no último mês? Temos alguma leitura em comum?

 Se inscrevam no canal do blog clicando aqui. Quem tiver canal também, pode deixar o link nos comentários que vou retribuir. Na descrição do vídeo no YouTube, estão os links das resenhas, mas vocês também podem acessá-las pesquisando na caixa de pesquisa ou pelo arquivo do blog na barra lateral.


Até o próximo post!

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Resenha: livro “Filha da Profecia”, Juliet Marillier

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 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é “Filha da Profecia”, escrito pela Juliet Marillier e publicada no Brasil em 2014 pela Editora Butterfly. Ele é o terceiro da série/trilogia "Sevenwaters", fechando um arco da história: a trilogia composta também por "Filha da Floresta"(protagonizado pela avó de Fainne) e "Filho das Sombras"(protagonizado pela tia de Fainne), mas depois dele há outros livros e por isso a trilogia também é uma série.

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 Situando-os no tempo e no espaço da trama, ainda que não seja dito claramente no livro, é possível entender que estamos na época do feudalismo, onde hoje é o Reino Unido e a Irlanda. A história se passa mais ou menos 18 anos após a história de “Filho das Sombras”, o segundo livro, e é narrada por Fainne. Então, não é uma continuação direta, e pretendo não dar spoilers dos livros anteriores.

 Fainne era uma garota que vivia com seu pai em Kerry, uma região pouco povoada perto do mar. Eles não tinham uma casa comum, moravam em uma espécie de caverna. O pai de Fainne era um feiticeiro e vivia para estudar e aprender magia. Ele não usava seu conhecimento para fazer mal a ninguém e foi passando ensinamentos para a filha desde pequena.

 A única companhia que Fainne tinha era a de seu pai, exceto quando o verão chegava e um grupo de viajantes vinha para Kerry (embora a palavra não seja citada no livro, pelas descrições que li, creio que eles eram ciganos). Fainne contava os dias para o verão, quando os viajantes chegavam ela tinha um amigo: Darragh, um garoto quase da idade dela, seu único amigo e companheiro de aventuras de verão.

 De certa forma, ela era feliz, apesar do isolamento, ela tinha seu pai e um amigo no verão, até que veio a notícia: seu pai queria que ela fosse para Sevenwaters, um feudo onde a outra parte de sua família morava. A avó de Fainne, uma temida feiticeira, viria para Kerry para lhe ensinar coisas que seu pai não poderia ensinar. Mas o que Fainne não esperava, era que a avó tivesse um plano para ela, um plano que Fainne não tinha certeza se era do conhecimento de seu pai, assim como os métodos usados e o conteúdo que seria ensinado. Mas Fainne não tinha escolha, ela tinha que ir para Sevenwaters se quisesse proteger as pessoas de que gostava (seu pai e Darragh) das maldades da avó. Lá, ela deveria impedir que uma antiga profecia se cumprisse, dando a vitória para sua avó e destruindo Sevenwaters.

 “Você vai terminar o que eu comecei. Vai reconquistar tudo o que o nosso povo perdeu. Vai mostrar aos Seres da Floresta que os amaldiçoados têm força e que não vão mais se curvar aos desejos deles. Vai mudar nosso destino. Eles serão vencidos, o povo de Sevenwaters e o povo do Outro Mundo. Essa é sua tarefa.” (página 69)

 Sevenwaters era muito diferente de Kerry, Fainne estava acostumada com o silêncio quebrado apenas pelo barulho do mar, e com todo o vazio que o horizonte proporcionava. Já Sevenwaters lhe parecia sufocante com a densa floresta e a casa cheia de crianças onde seu tio morava. O que Fainne não esperava era começar a sentir algum carinho pelo povo de Sevenwaters, o que significa ter mais pessoas a quem a  avó poderia ameaça-la para controlá-la.

 Fainne precisava decidir se aceitaria o destino traçado por sua avó ou se se arriscaria e tentaria encontrar um jeito de mudar as coisas e salvar aqueles a quem amava e Sevenwaters. E se a missão já era difícil, ficaria ainda mais difícil pelo fato de que ela não poderia controlar outras pessoas que também tinham seus interesses na situação. Sorcha teve que ser determinada para cumprir seu destino, Liadan teve que ser corajosa para mudar seu destino, e será que Fainne teria forças o suficiente para conquistar um futuro para si?

 “Filha da profecia” traz novidades para a série. Nos livros anteriores, tínhamos a visão apenas de personagens de dentro de Sevenwaters, e foi interessante ver como o lugar tão amado por Sorcha poderia parecer sufocante para Fainne. As protagonistas anteriores também tinham uma descendência do bem, por assim dizer, já Fainne tinha sangue “do mal” correndo nas veias, e fazer o mal parecia ser o destino dela, poucas eram as pessoas que viam e diziam para a garota que seu destino podia ser diferente. E, de certa forma, foi emocionante vê-la em lugares que a Sorcha ou a Liadan estiveram, sem saber da importância deles, mas eu, que já havia lido os livros anteriores, sabia e entendia. Acho que foi uma sacada bem interessante da autora. Quem por acaso não leu os anteriores, vai chegar em Sevenwaters assim como  a Fainne, tendo que descobrir tudo, mas quem já leu, vai sentir aquela vontade de entrar na história e ajudar a protagonista.

 Senti que nesse livro a revisão melhorou bastante, e a tradução também, a leitura está ainda mais fluida. Parabéns, pessoal da Butterfly! Até comentei lá no Instagram que achei que a história traz menos sofrimento do que os livros anteriores, pelo menos no começo, talvez por Fainne oscilar entre o caminho do bem e o do mal, ora ela é a sofredora, ora ela faz os outros sofrerem. Foi uma leitura que eu gostei muito, quando eu terminei as pessoas ficavam me perguntando porque eu estava triste, mas não era tristeza, Juliet Marillier me fez viver aquela história, me fez sentir, e eu precisaria de um tempo para me desligar dela e voltar a ser eu mesma.

 Diferente de "Filho das Sombras", cujo título eu tive dificuldade de entender a quem se referia, em "Filha da Profecia" eu já suspeitava logo de cara sobre a relação título-personagem, mas quando a última parte do quebra-cabeças se encaixou eu pensei: “Meu Deus! Como eu não reparei nisso antes?”. Achei que foi mais uma ótima escolha da autora.

 “Não existe amor nessa história, Fainne. Não existe luz, muito menos aceitação incondicional. Seu caminho é o da perdição e das sombras. Então, faça o seu trabalho. (...) Seu pai, assim como eu, sabe que você jamais será uma pessoa de valor.” (página 210)

 Eu gostei muito da Fainne, uma garota que tinha muito conhecimento em certas áreas (magia), mas nenhum em relacionamentos. Me partia o coração vê-la sentindo como se sua vida fosse apenas ser um instrumento de maldade. Também gostei bastante do Darragh, de sua capacidade de abrir mão de tudo, menos de sua melhor amiga (a quem chamava de Cachinhos). Preciso falar de Eamonn, talvez um dos personagens mais bem construídos da série, pensei mesmo que o único desfecho satisfatório para ele seria aquele (que, obviamente, não vou contar para vocês que ainda não leram o livro qual foi), mas acho que depois de tudo o que vimos sobre ele em “Filho das Sombras” e “Filha da Profecia”, ele merecia ao menos mais uma cena, ao menos mais uma frase, eu sei que ele era daquele jeito, mas não consegui não me sentir sensibilizada por ele. Foi bom rever muitos personagens dos livros anteriores e saber mais sobre o que havia acontecido com eles depois de “Filho das Sombras”, mas mesmo fechando um arco da história, eu ainda fiquei querendo saber se a avó feiticeira tinha mesmo poder sobre o pai de Fainne ou não, mas como já vi que ele aparece nos próximos livros, espero realmente ainda descobrir isso. Ainda sobre o final, acho que nós leitores, depois de toda tensão pela qual passamos com a história, merecíamos ao menos mais algumas cenas fofas antes do epílogo.

 “- Há sempre motivo para sorrir, Cachinhos. Mesmo que seja por coisas pequenas, tolas. O som de uma gaita ao anoitecer; a luz se refletindo sobre os cabelos de uma garota. Uma piada entre dois amigos. Você apenas se esqueceu de como é.” (página 485)

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 Sobre a parte visual: a capa continua linda (mas difícil de fotografar e conseguir mostrar todos os detalhes, e as letras são prateadas) e tendo tudo a ver a trama, o título é em alto relevo. A diagramação é ótima: margens, letras e espaçamento entre as linhas de ótimo tamanho, e as páginas são amareladas, é um livro lindo por dentro e por fora. E como já disse, a revisão está bem melhor do que os anteriores.

 Detalhes: 640 páginas, ISBN-13: 9788583030058, Skoob. Onde comprar online: Submarino, Americanas, loja da editora, box com os 3 livros na loja da editora.

 Enfim, acho que deu para perceber que eu gostei muito do livro, né?! E que eu super recomendo que vocês leiam a trilogia, e que “Filha da Profecia” fecha esse arco da história de uma forma surpreendente. E que vocês não devem temer as 600 páginas da obra, pois eu garanto que vão devorá-las em menos de uma semana. Quem gosta de bons livros, histórias intensas, personagens marcantes e do gênero fantasia, precisa ler os livros da Juliet Marillier! Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Me contem: alguém aí já leu algum dos livros da série?

Até o próximo post!
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Resenha: livro "Holy Cow", David Duchovny

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 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Holy Cow - uma fábula animal", escrito pelo David Duchovny e publicado no Brasil pela Editora Record em 2016.

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 Quando eu abri um pacote que chegou na minha casa, e vi que dentro tinha um exemplar do livro "Holy Cow", um marcador, um ímã e uma carta escrita por uma vaca muito engraçadinha, tudo o que eu conseguia fazer era sorrir e mostrar para todo mundo o meu livro novo de vaquinha. Sou dessas. E quando li o livro, também ri bastante, mas, surpreendentemente, foi uma leitura que também trouxe reflexões.

 "Holy Cow"é narrado por uma vaca, a Elsie, que tinha uma vida tranquila numa fazenda dos Estados Unidos. Sua vida se resumia a acordar, ser ordenhada, comer e passar o resto do dia no pasto com seus amigos animais (mais especificamente com as outras vacas). Era uma vida feliz. Até que, um dia, Elsie espiou pela janela da casa dos fazendeiros e viu na televisão (ou o Deus Caixa, como ela chamava) uma reportagem sobre o que era feito com as vacas que não eram leiteiras: elas eram mortas e cortadas aos pedaços para serem vendidas. Para nós, isso não é nenhuma novidade, mas para a Elsie, foi algo extremamente chocante. E Elsie não queria esse destino para ela, nem para as filhas que um dia ela talvez tivesse. Então, Elsie decidiu fugir para a Índia, onde a vaca é considerado um animal sagrado. Mas tente manter algo em segredo dentro de uma fazenda! Logo outros animais ficaram sabendo do plano de Elsie.

 O porco Jerry queria fugir também, o destino dos bovinos era igual ao destino dos suínos. Ele queria ir para Israel, já que, entre os judeus, o porco é considerado um animal intocável. E tinha também Tom, o peru, que estava cansado de fazer regime para não parecer apetitoso o bastante para se tornar um prato no Dia de Ação de Graças. Tom queria ir para a Turquia, e como eles precisariam de um smartphone para viabilizar a fuga (pesquisar rotas, comprar passagens de avião pela internet...) e nem Elsie nem Jerry conseguiam usar um (touch screen e cascos não se dão muito bem) mas Tom conseguia, ele foi aceito no grupo.

 O trio teve que treinar para conseguir andar em duas patas (se bem que o Tom já andava) e se disfarçar de humanos, enquanto esperavam o dia da fuga. Partir não seria fácil, assim como também não seria fácil enfrentar os obstáculos que surgiriam no caminho. Será que os três conseguiriam viver em segurança em outro país? O fato é que Elsie decidiu contar a sua história no livro, embora o seu maior desejo era uma adaptação cinematográfica, um filme, sobre sua aventuras (tanto que escreveu alguns diálogos em forma de roteiro e usou várias dicas passadas por sua editora, vai que algum roteirista lê o livro, né?!).

 "Peraí, só um instante enquanto penso na minha mãe. Os sentimentos vão e vêm, a menos que você não se permita sentir. Porque aí eles ficam, e doem, e crescem até adquirir um formato de pera, uma coisa estranha. Por isso é que quando nós, vacas, somos invadidas por um sentimento, nós sentimos até que o sentimento passe. E aí muuuu-damos de assunto. Bum. Por essa você não esperava, né?"(página 13)

 Eu li "Holy Cow" em um final de semana. O livro tem capítulos curtinhos e uma leitura bem fluida. Acho que nunca li um livro onde o narrador fosse um animal (já li alguns onde um humano havia sido transformado em animal), ainda mais uma vaca. Durante toda a leitura eu senti que era realmente a vaca Elsie que estava contando a história, em nenhum momento me parecia ser uma pessoa, e parabenizo o autor por ter conseguido manter o tom da narração durante toda a obra. Como disse anteriormente, a Elsie queria ter um filme de sua história, e para isso ela contava com os concelhos de sua editora para tornar o texto melhor (conselhos que ela nem sempre seguia), e era muito engraçado ver uma vaca usando frases que eu já vi em livros narrados por humanos, a situação era divertidamente inusitada. Confesso que do meio para o final do livro, o trama deu uma esfriada, mas os capítulos finais voltaram a valer a pena.

 Como disse no começo, além de fazer rir, a obra também faz com que pensemos sobre a forma como tratamos os animais, como e o quanto os consumimos. Fica claro que não é errado comer carne, mas a questão é: como o animal (do qual aquela carne veio) foi tratado? E se ela veio de um ser vivo, é certo desperdiçar? É certo desperdiçar a vida?

 "Vocês, humanos, bebem o nosso leite e comem os ovos das galinhas e das patas. Isso já não é suficiente? Não é suficiente darmos a vocês as nossas crianças e o que seria destinado a nossas crianças? E se não é, quando será? Tudo o que vocês, humanos, fazem é pegar, pegar, pegar da Terra e de suas criaturas magníficas, e o que dão em troca? Nada. Sei que os humanos consideram um insulto grave ser chamados de animais. Bem, eu nunca daria a um humano a honra de ser chamado de animal porque os animais podem até matar para viver mas não vivem para matar. Os humanos vão precisar reconquistar o direito de ser chamados de animais."(página 58)

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Se você estava tentando se lembrar de onde conhecia o nome David Duchovny, ele é ator do seriado Arquivo X.
 Sobre a parte visual: a edição está uma gracinha! A capa é bem lindinha, tem tudo a ver com a obra, o título está em alto relevo e no interior da capa tem manchas pretas, como se fosse uma vaca malhada. As páginas são brancas, as margens são grandes, o espaçamento e a fonte são de bom tamanho. Tem algumas ilustrações e cada capítulo tem um título, alguns são letras de músicas.

 É um livro bem divertido (nem consigo calcular quantas risadas eu dei, queria ter colocado algumas citações engraçadas na resenha, tem muitas, mas acabei não marcando nenhuma), uma fábula que pode agradar tanto os leitores mais novinhos quanto os já adultos. Tem várias referências a livros, filmes... coisa culturais, talvez eu não tenha detectado todas por não ser muito ligada no que rola fora do Brasil (exceto quando o assunto é literário), e eu não ia ficar pedindo que me explicassem o que uma vaca estava falando. E se alguém se lembrr do clássico "A revolução dos bichos", a Elsie deixa bem claro que sua história é totalmente diferente da de George Orwell. Fica a dica para quem, independente da idade, procura um livro diferente e divertido.

 Detalhes: 208 páginas, ISBN-13: 9788501106889, Skoob. Onde comprar online: Submarino, Americanas.

 "A ignorância é uma benção, mas o mundo tem mais a oferecer que isso, e é errado não aproveitar o que ele oferece. Não se pode ser bezerra para sempre." (página 16)

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Me contem: já conheciam o autor? Já leram algum livro narrado por um animal?


Até o próximo post!
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Resenha: livro “Floresta Mágica”

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Olá pessoal, tudo bem? Ainda se usa livro de colorir? Não sei. O fato é que eu ganhei um novo e estou usando. Mas voltando ao padrão do blog, o livro da resenha de hoje é “Floresta Mágica”, publicado pela Coquetel em 2015. Na verdade, ele foi traduzido pela Coquetel (Ediouro), já que foi inicialmente lançado na Inglaterra pelo selo Buster Books (e vocês aí pensando que livro de colorir era coisa do Brasil!).

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 Eu já havia resenhado um livro de colorir aqui no blog no ano passado, mas depois da resenha, minha sobrinha (ela tem 5 anos) tanto insistiu que acabei deixando o livro com ela (ele ainda era oficialmente meu, mas desisti de tentar colorir sozinha). Resultado: ela destroçou o pobre do livro! Como ele era costurado (como os livros comuns) e ela dobrava muito ele, acabou soltando as folhas e aí era uma vez um livro que não existe mais. Minha irmã, vendo o que minha sobrinha fez, resolveu me dar outro livro de presente, comprou “Floresta Mágica” para mim, e é claro que eu fiquei super feliz.

 O exemplar que ganhei é em um formato econômico, comprado no folheto da Avon. Ele mede 25 x 25 cm (maior que um livro normal). A capa é de um material bem molinho. As folhas são brancas e finas, quase como papel sulfite, e há desenhos dos dois lados. No próprio livro está o alerta de que não é recomendado usar caneta hidrográfica, pois pode passar para o verso da página (eu testei e realmente passa).

 Achei as imagens do livro muito bonitas! Tem algumas que são tão lindas que nem dá coragem de colorir. Há algumas com motivos abstratos, outras com plantas e outras com animais. Há também algumas em que somo convidados a fazer nossos próprios desenhos. E o grande diferencial de “Floresta Mágica” é que há algumas figuras escondidas no decorrer das páginas, e somos desafiados a encontrá-los. E não foi nada fácil conseguir achar todos, viu?!

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Na imagem, os itens que devemos procurar.

Tem uma rosa nesse felino, vocês conseguem encontrar? Esse é um dos desenhos que já acho lindo sem colorir, e que acho que não terei coragem de pintar.

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Acho esse o desenho mais lindo e delicado do livro, não sei se teria cores que fizessem justiça a essa beleza.
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 Nada mais justo do que eu usar os lápis de cor da minha sobrinha,já que os meus estão minúsculos,  vocês não acham? O problema é que só posso colorir quando ela não está por perto, então tenho pouco tempo (ela mora na mesma casa que eu, mas esse livro ela não pega! rsrs). Fiquei me sentindo um pouco culpada por usar o giz de cera novinho dela, mas a culpa desapareceu quando vi que na semana seguinte ela já tinha acabado com ele. Essas crianças!

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Tartarugas coloridas com giz de cera.

flor, livro-de-colorir
Flores um pouco abstratas.


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Eu amo borboletas! Reparem no espaço para desenhá-las.


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Tem um mico aí, consegue achar?


floresta-magica
Gostaram?


 Enfim, o post de hoje era só para mostrar um pouquinho do livro para vocês, já que sei que o pessoal sempre tem curiosidade para saber como são essas edições em formato econômico da Avon. Pesquisando na internet, achei um vídeo onde aparece a edição normal, que tem as folhas amareladas e mais grossas ao que parece, do que essa em formato econômico. Ah, na hashtag livrodecolorir no Instagram tem cada foto bonita para servir de inspiração!

 Detalhes: 96 páginas, ISBN-13: 9788577486892, Skoob. Onde comprar online: Livraria CulturaAmericanas.

 Por hoje é só, espero que tenham gostado do post.


Até o próximo post!
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Resenha: livro “O enigma da fazenda”, Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

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 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é “O enigma da fazenda”, romance ditado pelo Espírito Antônio Carlos e psicografado pela médium Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, publicado pela Petit Editora.

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 No livro, narrado em terceira pessoa, conheceremos Paula, aos dezessete anos, ela morava num colégio interno, para onde foi ainda criança. Ela sabia que era órfã, mas não se lembrava de muita coisa de sua infância. Paula já havia terminado os estudos, mas tinha que ficar no colégio até completar dezoito anos e se tornar maior de idade. O que faria depois ela ainda não sabia, seu passado era cercado de mistérios. Todo início de ano, a quantia referente ao pagamento da escola era enviada por um tutor que ela não conhecia e que nunca ia visitá-la.

 Como se a preocupação com seu futuro já não fosse o suficiente, a garota ainda tinha um outro “problema”: ela via e ouvia espíritos, mortos, fantasmas, desencarnados... como preferir chamar. Ela já havia sido chamada de mentirosa e até mesmo de louca por causa desse seu dom que ninguém, nem os professores nem as colegas, compreendiam. Com o passar do tempo, ela decidiu escondê-lo e fingir que era como todas as outras.

 “’Ai, meu Deus!”, pensou ela. ‘Não tenho sossego! Estava tão contente e vi fantasma! Não tem desculpa! Se estou triste, é porque a inquietação me faz ver coisas inexistentes. Mas agora que estou alegre vejo e escuto! Bem, é melhor dar o recado, senão essa alma não me dará sossego’.” (página 21)

 Até que uma nova diretora chegou na escola, Nelisa, e ela era bem diferente da anterior. Tentava ajudar todas as alunas, inclusive Paula, entrando em contato com o misterioso tutor da garota e lhe exigindo explicações; ele prometeu esclarecer tudo depois das férias. Algumas garotas que não tinham para onde ir nas férias, ficavam no colégio, mas naquele ano a nova diretora convidou-as para ir passar as férias numa fazenda de seu futuro cunhado, o senhor José Antônio, e elas foram. Era tudo novidade para Paula, que nunca saia da escola. Mas mesmo lá, os fantasmas não lhe deixariam em paz.

 Há pouco tempo, uma situação triste havia acontecido na fazenda: Shelton, o filho do dono, havia morrido em um acidente. Só que o pai suspeitava das circunstâncias em que o fato ocorreu. Além disso, Tiago, o filho mais novo dele, estava com uma doença misteriosa que nenhum médico conseguia tratar adequadamente. O espírito do filho de José Antônio vagava pela fazenda, sem conseguir descansar vendo seu irmão doente e sem contar ao pai o que realmente havia acontecido no dia de seu acidente. Shelton tanto tentou, que conseguiu fazer com que seu pai chamasse Valter, seu melhor amigo e investigador, para desvendar os segredos da fazenda. E Shelton não descansaria até que toda a verdade fosse revelada. Para isso, ele faria com que Paula fosse sua intermediária na comunicação com Valter, mesmo que ela não gostasse nem um pouco disso. Aconselhada por Cássia, uma das poucas amigas que sabiam sobre seu dom, Paula decidiu que ajudaria sim Shelton e Valter, mas que o investigador também teria que ajudá-la em troca, descobrindo a verdade sobre seu passado. Alguns dos mistérios seriam fáceis para resolver, mas outros seriam bem perigosos!

“-Paula, por Deus, corre! Cássia está sentada em um banco no jardim. Corre para lá! Grita por ela. Corre!” (página 167)

 “O enigma da fazenda” foi um livro que eu gostei bastante, foi uma leitura rápida (li em dois dias), fluida, e com uma trama que me deixava curiosa para saber o que aconteceria em seguida. Nesse livro não temos reencarnação e as coisas não se explicam com base em vidas passadas; é um romance policial pela visão espírita, onde os personagens tem uma ajudinha do além para desvendar os mistérios. Tem todos os elementos que o gênero pede: um crime, um investigador e muitos suspeitos. E a obra trouxe dois casos ao mesmo tempo: quem estava fazendo mal aos filhos do senhor José Antônio, e qual era o passado de Paula. O segundo caso é mais tranquilo, já o primeiro foi mais complicado por apontar vários suspeitos e motivações para o crime, mas trouxe uma resolução satisfatória.

 Como pontos negativos, destaco que,  inicialmente, tive uma pequena dificuldade para identificar todas as personagens, colegas de Paula; elas, com exceção de Cássia, não foram tão bem trabalhas na trama. A revisão também poderia ser um pouco melhorada, há travessões onde não deveriam estar.

 Algo que eu gostei bastante, além do Valter e do Shelton, foi ver a Paula descobrindo que ela não estava sozinha no mundo, que não era louca, ela só tinha um dom, e que poderia viver em paz com ele se o entendesse.

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 Sobre a parte visual: eu gostei da capa, achei bonita e condizente com a trama. A diagramação está boa, com margens, fonte e espaçamento de bom tamanho. As páginas são brancas.

 Enfim, “O enigma da fazenda” foi uma leitura que me surpreendeu positivamente e que recomendo para quem quer um livro espírita que, além de falar sobre o espiritismo, possa entreter com uma história interessante. Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Alguém aí arrisca um palpite sobre os enigmas da história?

 Detalhes: 272 páginas, ISBN: 9788572531832, Skoobcompre online na loja da editora.


Até o próximo post!

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Resenha: livro “H Stern: a história do homem e da empresa”, Consuelo Dieguez

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 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é “H Stern: a história do homem e da empresa”, “ao mesmo tempo uma biografia e um livro de negócios” escrito por Consuelo Dieguez e publicado pela Editora Record em 2015.

Resenha: livro “H Stern: a história do homem e da empresa”, Consuelo Dieguez, Record

 Quando eu recebi o livro da editora, eu não tinha a menor ideia do que ou quem era H Stern, mas decidi dar uma chance à obra, já que gosto de variar minhas leituras. Comecei a ler e fui surpreendida positivamente com uma leitura interessantíssima! No livro vamos conhecer a saga da família de Hans Stern, desde antes da fuga/expulsão (não sei ao certo que nome dar para a maneira como eles tiveram que sair de lá) da Alemanha na época do nazismo, até a criação e a consolidação da joalheria H Stern, uma das mais famosas do mundo.

 “O saldo daquela noite de terror por toda a Alemanha foram 815 empresas totalmente destruída e 7500 saqueadas; 119 sinagogas incendiadas e mais 176 completamente destruídas; 20 mil judeus presos e levados para campos de concentração; outros 36 gravemente feridos e mais dezenas deles mortos por assassinato ou chacinados quando tentavam escapas do fogo. O governo do Terceiro Reich não só ignorou a violência – que secretamente estimulara através de instruções aos líderes da SS – como decidiu impor uma descabida penalidade à comunidade judaica. Através de um bizarro comunicado do Ministério da Fazenda, os judeus foram avisados de que seriam responsabilizados pelas pilhagens e destruições de suas próprias propriedades, ‘em virtude de seus crimes abomináveis’.” (página 12)

 Em 1938, Hans era um garoto de 16 anos, na fatídica noite dos cristais, onde muitos judeus tiveram suas propriedades depredadas. Depois daquela noite, percebendo que a situação para os judeus estava cada vez mais difícil na Alemanha, ele, seu pai Kurt, sua mãe e seu avô materno vieram para o Brasil num navio trazendo o pouco que lhes foi permitido pelo governo nazista. O restante de suas coisas que viria em contêineres, acabou chegando quase que totalmente destruído no país vários meses depois. Para Hans, apesar da situação financeira difícil, tudo era novidade na nova e ensolarada terra. Já para sua mãe e seu avô, a adaptação foi bem mais difícil.

 “Ela sonhava com a volta ao passado, ele olhava para o futuro. Ela flutuava sem ter onde se agarrar. Ele se cravava no chão. Eram formas de vida irreconciliáveis, e Hans foi cada vez mais se apartando da mãe.” (página50)

 “Aos 70 anos, Albert não tinha disposição para começar de novo. Via-se como uma árvore partida. As raízes ficaram enterradas no solo alemão, os galhos com suas folhas tinham sido arrastados para o Brasil. Mas, sem as raízes, não havia seiva. Os galhos se enfraqueciam. (...) Sabia que não veria mais a Alemanha que tanto amara e que o desprezara. Sabia também que o Brasil não lhe pertencia. E ele não tinha para onde voltar.” (página 51)

 Só pelos primeiros capítulos, que me fizeram enxergar melhor as consequências cruéis que o nazismo trouxe, já valeria a pena ter lido o livro e recomendá-lo para vocês. Mas outro ponto também me agradou: nele podemos, em segundo plano, acompanhar as mudanças pelas quais o país passou desde os anos 40 até os dias atuais. E foi interessante ver como era a vida antes da tecnologia, em uma época bem diferente da que vivo. Hans trabalhou numa casa filatélica, uma loja especializada em vender selos, um grande negócio na época. E fazer um curso de datilografia para usar bem uma máquina de escrever era algo importantíssimo.

 Até que Hans decidisse abrir uma joalheria, o caminho foi longo, mas não tão longo quanto o caminho que a H Stern percorreu até os dias de hoje, para se tornar uma das maiores joalherias do mundo, com lojas em diversos países. Um caminho interessantíssimo para quem tem curiosidade sobre o mundo dos negócios. A H Stern me pareceu querer aprimorar cada vez mais os seus processos administrativos e de produção de forma que a empresa se mantivesse coesa mesmo estando presente em tantos lugares diferentes.

 No livro conheceremos várias situações curiosas que aconteceram na empresa, como um dia em que o sistema de transporte coletivo não estava funcionando e os funcionários que tinham carro iriam dar carona para os que não tinham; eis que surge Hans Stern em seu fusquinha perguntando quem ia para o mesmo bairro que ele; ou a forma inusitada como as joias da empresa foram transportadas de uma sede para outra através dos próprios funcionários. Hans tinha uma forma interessante de lidar com as pessoas, em certa ocasião, quando um de seus filhos se interessou pelo socialismo, Hans levou a família toda para uma viagem à antiga União Soviética e, sem uma palavra, fez com que o filho percebesse que o sistema socialista não era assim tão bom, visto que eles passaram por alguns perrengues lá.

 "A joia retém o momento. Ela marca uma ocasião única, um instante especial guardado para sempre na memória afetiva. Um sentimento que se perpetua ao se passar uma joia de uma geração para outra. Ninguém entra em uma joalheria como entra em uma loja de sapatos. Joias são obras de arte, que se adquire em comemoração: um nascimento, um aniversário, um casamento, um grande amor, um afago a si mesmo. Assim também são as festas: ocasiões especiais de celebração para marcar um momento."(página 268)

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      Consuelo Dieguez

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 Certa vez, a equipe de designers da H Stern, teve que desenvolver uma coleção inspirada no brilho das ruas de uma cidade turística depois de uma chuva. Apenas um dos inúmeros desafios que ela enfrenta para desenvolver coleções cada vez mais ousadas e belas.

 A edição do livro está bem caprichada, uma capa bonita e clean, com orelhas grandes. As páginas são grossas e brancas. As margens, fonte e espaçamento tem bom tamanho, e a obra está bem revisada. Só gostaria que tivesse mais fotos.

 Enfim, recomendo o livro para quem gosta de biografias e também para quem não gosta; para quem já ouviu falar da H Stern ou para quem, assim como eu, não fazia a menor ideia do que era; para quem se interessa por temas como joias, negócios, segunda guerra mundial, o Brasil do último século, etc. É uma obra que certamente vai acrescentar alguma coisa a quem ler, nem que seja uma palavra nova que será aprendida (a autora usa algumas palavras que eu não conhecia, mas sem complicar a leitura, que é super fluida e em nenhum momento fica monótona).

 Detalhes: 269 páginas, ISBN-13: 9788501106643, Skoob. Onde comprar online: Submarino, Americanas.  Se alguém quiser conhecer o site da H Stern, é só acessar: http://www.hstern.com.br/.

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Me contem, já conheciam o livro ou a H Stern?


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Playlist: "Holy Cow: Uma Fábula Animal", David Duchovny

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 Olá pessoal, tudo bem? Vocês lembram que na resenha do livro "Holy Cow: Uma Fábula Animal" (autor: David Duchovny, Editora Record) eu contei que alguns capítulos tinham nome de músicas? Então, caso alguém não saiba, "Holy Cow"é narrado por Elsie, uma vaquinha que decide fugir da fazenda onde morava, após descobrir de forma abrupta qual o destino das vacas que não produziam leite (elas eram abatidas para consumo humano). Na sua tentativa de ir para a Índia, ela e seus dois companheiros (um peru e um porco) vivem divertidas aventuras.


Para quem quiser conferir a sinopse: "Uma aventura irreverente e itinerante com muita personalidade, e uma heroína quadrúpede que você não vai esquecer tão cedo.
Elsie Bovary é uma vaca muito feliz em sua bovinidade. Até o dia que resolve sair sorrateiramente do pasto e se vê atraída pela casa da fazenda. Através da janela, observa a família do fazendeiro reunida em volta de um Deus Caixa luminoso – e o que o Deus Caixa revela sobre algo chamado “fazenda industrial” deixa Elsie e tudo o que ela sabia sobre seu mundo de pernas para o ar. A única saída? Fugir para um mundo melhor e mais seguro. Assim, um grupo para lá de heterogêneo é formado: Elsie; Shalom, um porco rabugento que acaba de se converter ao judaísmo; e Tom, um peru tranquilão que não sabe voar, mas que com o bico consegue usar um iPhone como ninguém. Munidos de passaportes falsos e disfarçados de seres humanos, eles fogem da fazenda e é aí que a aventura deles alça voo – literalmente.
Elsie é uma narradora marrenta e espirituosa; Tom dá conselhos psiquiátricos com um sotaque alemão um tanto forçado; e Shalom, sem querer, acaba unindo israelenses e palestinos. As criaturas carismáticas de David Duchovny indicam o caminho para um entendimento e uma aceitação mútuos dos quais esse planeta tanto precisa."


 Me contem: que tipo de música vocês acham que a Elsie escolheria? A resposta está na playlist abaixo, que vai de Led Zeppelin a Aladdin! Essa vaquinha é demais! Vamos ouvir:


 Das oito músicas, além da do Aladdin, eu só conhecia "Another Brick In The Wall" do Pink Floyd (uma professora de inglês usou ela em sala de aula). E vocês, já conheciam todas as músicas? Gostaram da playlist? Caso ainda não tenham visto ou queiram conferir a resenha do livro, é só clicar aqui.


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Resenha: livro "Garotas de vidro", Laurie Halse Anderson

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 Olá pessoal, tudo bem? Em janeiro resenhei "Garotas de vidro" no blog onde sou colaboradora, o "As letras da Anne", hoje venho colocar a resenha dele também aqui no Pétalas de Liberdade, confiram!

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 Eu ganhei "Garotas de vidro" (livro da Laurie Halse Anderson publicado no Brasil pela Editora Novo Conceito em 2012) em uma gincana em 2013, na época eu queria muito lê-lo, mas após ganhá-lo, acabei deixando-o parado na estante. A Anne sugeriu que eu o lesse para resenhar aqui no blog, já que era uma obra pela qual ela tinha curiosidade, e foi essa sugestão que me fez finalmente tirá-lo da estante.

 "Eu olho para mim; não consigo atuar, nem jogar futebol, e a maioria delas têm notas melhores que as minhas. Mas, eu sou a garota mais magra na sala, sem dúvida."(página 78)

 O livro conta a história de Lia, uma garota de 18 anos que tem anorexia. Filha de pais separados, atualmente ela mora com o pai, a madrasta e a irmã postiça, a pequena Emma. Lia morava com a mãe antes de sua última internação em uma clínica, mas depois foi para a casa do pai, já que lá ela supostamente teria mais pessoas para ficarem de olho nela.

 A história começa quando Lia recebe a notícia de que sua amiga Cassie foi encontrada morta em um quarto de motel. O mais perturbador é que, antes de morrer, Cassie ligou 33 vezes para o celular de Lia, celular que ela não atendeu e agora fica se culpando e pensando se ter atendido a ligação teria impedido a morte da amiga.

 Lia e Cassie eram amigas há anos, mas nos últimos tempos tinham se afastado um pouco por causa das internações de Lia (é, ela foi internada mais de uma vez por causa de sua magreza doentia). Cassie também tinha problemas com o peso, mas no caso dela a bulimia era o mais preocupante.

 Minha opinião:

 Eu gosto bastante de livros de sick-lit e young adults com personagens deprimidos ou sobre bullying, mas acho que "Garotas de Vidro" foi o primeiro livro que li sobre distúrbios alimentares. E diferente de outros YA que eu amei, não consegui me conectar tanto com a história escrita pela Laurie. Fiquei bem em dúvida se daria 4 ou 3 estrelas quando fosse avaliá-lo no Skoob, acabei dando 3, considero o livro bom, mas não mais que isso.

 "Não me lembro mais de como é comer sem planejar tudo, anotando as calorias e o teor de gordura e medindo meus quadris e minhas coxas para ver se mereço e geralmente decidindo que não, que não mereço, e então mordendo a língua até sangrar e fechar minha boca com arame e mentiras e desculpas enquanto uma lombriga cega se enrosca na minha traqueia, fungando e cutucando em busca de uma abertura úmida para meu cérebro." (página 203)

 Lia está doente, muito doente, e não enxerga isso. Ela costurou pesos em seu roupão para que a balança utilizada por sua madrasta para pesá-la (segundo ordens médias) não mostre seu peso real, ela só diz o que sua terapeuta ou os pais querem ouvir e não a verdade, seu objetivo é chegar aos 38 quilos e ela conta as calorias de cada coisa que come (quando come alguma coisa). Lia tem pais que se preocupam com ela, sua madrasta é uma boadrasta, sua irmã caçula é uma fofura, mas só o que Lia quer é ficar sem comer. 

 Eu não consegui gostar da Lia, não conseguia ver nela algo além da doença, não senti que se eu pudesse entrar na história e dar algum apoio a ela faria qualquer diferença; Lia não queria ajuda! A autora disse nos agradecimentos que buscou mostrar a deterioração psicológica da personagem com precisão, e talvez por ser uma narração em primeira pessoa só o que consegui ver foi essa deterioração e não uma pessoa. Não é que alguém tenha feito algo de ruim para Cassie e Lia e que tenha desencadeado problemas psicológicos para elas, parecia que elas mesmas se meteram em um problema que se tornou maior do que elas imaginavam e as engoliu.

 Enquanto lia, fiquei bem em dúvida sobre como seria o final: se a protagonista ia querer viver ou se ia se entregar como a Cassie se entregou, e confesso que o desfecho teve poucas páginas para o meu gosto. A forma de narrar escolhida pela autora acabou contribuindo um pouco para eu não dar uma nota mais alta para o livro, há muitas divagações criadas pela mente deteriorada da Lia e pouco desenvolvimento da história, partes que talvez pudessem trazer algo mais instigante (como a descoberta do que Cassie tanto queria falar em suas 33 ligações ou um personagem que trabalhava no motel e que eu achei que poderia ter mais importância) acabaram não sendo exploradas como eu gostaria.

 "A adrenalina entra em ação com tudo quando você está morrendo de fome. É isso que ninguém entende. Exceto por sentir frio e fome, na maior parte do tempo sinto que sou capaz de fazer qualquer coisa. (...) Toda noite eu subo mil degraus até o céu para ficar exausta e, assim, nem me dar conta de Cassie quando vou para a cama." (página 184)

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Resenha, livro, Garotas de vidro, Laurie Halse Anderson

 Tenho que mencionar que se levasse em conta só a parte visual do livro, já valeria a pena tê-lo na estante. A capa é linda! A diagramação é ótima: margens, espaçamento e fonte de bom tamanho, folhas amareladas e boa revisão.

 Recomendaria? É um livro bom sim, que trata de um tema super importante, e que eu recomendo para quem quer ter uma ideia do que é ter um transtorno alimentar, foi uma leitura que me fez entender um pouco mais sobre a anorexia e quero ler outros livros sobre o assunto.

 Releria? Talvez sim, talvez em uma segunda leitura eu conseguisse enxergar melhor a protagonista.

 "Não é legal quando uma garota morre." (página 5)

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado. Alguém aí já leu "Garotas de vidro" ou algum livro com o mesmo tema?



Até o próximo post!

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Sorteio de aniversário do blog: concorra ao livro "Filha da Floresta" da Juliet Marillier

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 Olá pessoal, tudo bem? Como vocês sabem, março é o mês de aniversário do blog, o Pétalas de Liberdade completa 6 anos em 2016. A Editora Butterfly, parceira do blog, liberou um exemplar do livro "Filha da Floresta" da Juliet Marillier para ser sorteado para os leitores!

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 Sobre o livro:

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Sinopse:O domínio de Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e criaturas encantadas, além dos sábios druidas, que deslizam pelos bosques vestidos com seus longos mantos... 
Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Colum, e dos seus seis amados irmãos, vítimas de uma terrível maldição que somente Sorcha é capaz de quebrar. Em sua difícil tarefa, imposta pelos Seres da Floresta, a jovem se vê dividida entre o dever, que significa a quebra do encantamento que aprisiona seus irmãos, e um amor cada vez mais forte, e proibido, pelo guerreiro que lhe prometeu proteção.
Ano: 2012, 616 páginas, Skoobresenha.



 Eu li e resenhei o livro em 2015, depois de ver comentários super favoráveis a ele, comecei a leitura e pude comprovar que era realmente tudo aquilo que diziam. É uma boa indicação para quem gosta de história intensas, com personagens fortes, e também para quem gosta de fantasia. E só pela edição linda da Butterfly, com essa capa maravilhosa, já vale a pena ter o livro.

 Como participar do sorteio:

- É preciso curtir a página do blog no Facebook: www.facebook.com/petalasdeliberdade .
- Curtir a página da Editora Butterfly: www.facebook.com/butterfly.editora.
- Marcar um amigo nos comentários da foto da promoção: http://migre.me/tjvSO.
- Compartilhar a foto da promoção: http://migre.me/tjvSO.
- Confirmar a sua participação no formulário abaixo ou diretamente na página:

 Regras gerais:
- É preciso ter endereço de entrega no Brasil.
- O sorteado será comunicado por e-mail e tem o prazo de uma semana para responder ao e-mail enviado informando seus dados para envio do prêmio ou será desclassificado e o sorteio será refeito.
- O prêmio será enviado pelo blog em até 30 dias após recebimento dos dados do ganhador.
- Não me responsabilizo por danos, extravios ou devolução do prêmio por parte dos Correios em caso de endereço incorreto fornecido pelo participante ou ausência de quem o receba.
- As inscrições para o sorteio se iniciam hoje, 24/03/2016 e se encerram no dia 24/04/2016. O resultado será divulgado na mesma semana, nesse post e nas redes sociais do blog.

 Em caso de dúvidas, entre em contato com o blog.
 Boa sorte!


Até o próximo post!
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Resenha: conto "Hop-Frog", Edgar Allan Poe #12MESESDEPOE

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 Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho trazer meus comentários sobre "Hop-Frog", terceiro conto lido para o Desafio literário #12MESESDEPOE (o desafio foi criado pela Anna Costa e consiste em ler um conto predeterminado do escritor Edgar Allan Poe por mês).

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 No conto, narrado em terceira pessoa e publicado originalmente em 1849, conheceremos a história de um anão que foi arrancado de sua terra natal, juntamente com uma anã, e enviado para um reino para servir de divertimento para o rei e sua corte. Seu apelido era Hop-Frog. Cansado de tantas humilhações e de ser tratado de forma desumana, ele armou um plano com a ajuda da anã para se vingar do rei e de seus conselheiros.

 Dos três contos lidos até hoje, esse foi o que mais teve cara de conto (da forma que eu estou acostumada a ler) e o que considerei de mais fácil leitura e compreensão. Ainda não me tornei fã do autor, mas quem sabe os próximos contos me surpreendam, né? "Hop-Frog" não me surpreendeu, mas me tocou, fiquei indignada com a forma como o Hop-Frog era tratado, me sensibilizei por ele e senti que a vingança foi merecida, talvez se houvessem mais páginas eu gostasse ainda mais.

 O conto de abril será "Morella". Para saber mais sobre o desafio é só clicar aqui. Tem alguém aí que também está participando? O que achou do conto do mês?

- Acesse a fan page do desafio
- Resenha do conto de janeiro: Metzengerstein

Até o próximo post!
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Resenha: livro "Na esquina do mundo", Luiz Augusto França

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 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Na esquina do mundo", escrito pelo Luiz Augusto França e publicado em 2014 pela Capitolina Edições.

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 A história é narrada em terceira pessoa e se passa no ano de 1510 (pouco após a "descoberta" do nosso país pelos portugueses). Os capítulos vão alternando sua ambientação entre Portugal e Brasil (e o caminho de lá até aqui). No livro conheceremos Kaluanã e Apoema, dois jovens índios da tribo ibiaçu, a tarefa deles era caçar. Conheceremos também Diogo e Nuno, dois homens portugueses que não tinham muito o que os prendesse em sua terra natal.

 Certo dia, enquanto caçavam, Kaluanã e Apoema ouviram um barulho muito estranho, parecido com um trovão, mas o céu estava claro. Indagando na aldeia, eles começaram a desconfiar que o barulho poderia ser obra de um tipo estranho de gente, homens brancos que vinham do mar numa grande canoa. Ninguém nas redondezas sabia ao certo se eles realmente existiam, mas o fato é que o espírito aventureiro de Kaluanã foi despertado, e ele sentia uma necessidade enorme de ver com os próprios olhos esses homens estranhos. Já que Apoema era seu melhor amigo, acabou sendo convencido a ir junto. A dupla teria que atravessar um longo caminho da tribo até o litoral, passando por regiões bem perigosas, e será que realmente veriam esse povo estranho de pele pálida?

 "Aquela história havia se tornado fixação na cabeça do jovem ibiaçu. (...)
 - Aimberê, meu mestre, o Pajé sempre diz que o coração tem que ficar em paz, para que o olho consiga ver as coisas como elas são. Porque se não tem paz, o coração atrapalha o olho e ele não vê as coisas direito."(página 173)

 Longe dali, Diogo sentia que Portugal não tinha mais nada a lhe oferecer e via a vontade de embarcar numa expedição rumo ao Novo Mundo ficar cada vez maior. Mesmo sem entender nada da vida num navio, ele conseguiu embarcar em uma expedição que buscaria pau-brasil. Nuno, sendo seu melhor amigo, acabou indo junto. Uma viagem do tipo era arriscada, cheia de perigos (dentro e fora do barco, já que Diogo teria uma missão extra), e sem garantia de volta.

 "Para seguir em tamanha aventura será preciso um pouco de desespero e desprendimento, pois essa alma não pode ter muito o que abandonar neste cais." (página 44)

 Será que os quatro homens se encontrariam na praia? Será que achariam as respostas para suas inquietações? O fato é que "Na esquina do mundo"é um livro diferente de tudo o que eu já li! Eu gosto muito de livros que falem sobre momento históricos ou sobre épocas passadas, e tenho curiosidade sobre a cultura indígena (num ponto bem longe da minha árvore genealógica, tenho antepassados indígenas), Então, quando o autor entrou em contato comigo, me perguntando se gostaria de resenhar o livro dele, decidi me arriscar. No fim, quando a última palavra foi lida, o saldo foi positivo.

 Como já disse, a obra é diferente de tudo o que eu já li. A escrita do autor é um pouco formal, um pouco mais elaborada do que a dos livros que costumo ler, o que torna a leitura mais complicada em alguns momentos mas também poética em outros. Nos diálogos, o autor escreve as falas numa linguagem mais próxima do que imaginaríamos ser a usada na época (e confesso que as falas portuguesas eram mais fáceis de ler do que as falas indígenas).

 "Por certo, aqueles homens vinham de outra dimensão, de outro mundo. Para eles nenhuma explicação diferente disso faria sentido. Eles eram de uma tribo, sim, de uma tribo com a qual nunca - nem sequer em seus pensamentos mais criativos - imaginaram encontrar."(página 12)

 O que eu mais gostei no livro, foi que consegui ver claramente o choque entre as culturas, o medo e a curiosidade pelo novo. Pela primeira vez, pensei como deve ter sido estarrecedor, tanto para os índios quanto para os portugueses, descobrir que havia humanos morando do outro lado do mar, com uma sociedade com regras próprias, com outro idioma, com outra cor de pele. Creio que para os índios tenha sido ainda mais difícil, não só pelo fato de os portugueses (infelizmente) terem armas mais letais, mas também porque acho que as tribos eram mais isoladas uma das outras. É claro que também foi interessante saber mais sobre como eram as expedições e a vida dentro de uma embarcação em alto-mar naquela época.

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 Sobre a parte visual: não tenho muito o que falar sobre a capa, é uma capa normal, simples; as páginas são amareladas; o espaçamento e as margens são grandes, as letras tem um tamanho bom; e há algumas ilustrações no livro.

 Enfim, fica a minha sugestão para quem quer um livro com uma temática diferente, uma leitura que pode ser rápida já que a obra tem pouco mais de 200 páginas. Deixo meu agradecimento ao Luiz, por ter disponibilizado um exemplar para leitura e resenha. Me contem: alguém aí já conhecia "Na esquina do mundo"? Já leram algo parecido?

 Detalhes: 226 páginas,ISBN-13: 9788567526188, Skoobpágina no Facebooksiteprimeiro capítulo. Onde comprar online: site da editora.


Até o próximo post!
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Seis anos de Pétalas de Liberdade

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 Mais uma vez, eu começo um post com "Olá pessoal, tudo bem?", mas o post de hoje é especial, não só pela Páscoa, mas também pelo fato de o blog estar completando 6 anos justamente nesse dia 27 de março de 2016.

 No último ano, tivemos mais de 200 posts, o blog passou a ter um canal no Youtube e ganhou dois colaboradores: a Anne e o Izaac.

 A cada dia, aprendo algo novo e sempre tento melhorar.

 Há dias melhores e outros, nem tanto.

 Há alegrias, como quando consigo que um texto fiquei exatamente como eu queria, ou quando recebo um comentário legal ou conquisto uma nova parceria, mas há também aqueles dias em que me sinto desmotivada e penso em abandonar o blog, aí eu deixo a decisão para depois, e amanhã sempre surge uma nova ideia ou motivação.

 O fato é que 6 anos é um tempo considerável na vida de uma pessoa, e um projeto ao qual já dediquei todo esse tempo, com certeza é uma parte muito importante da minha vida.

 Hoje, como em todos os aniversários anteriores do blog, quero agradecer a cada um de vocês que contribui, com uma visita ou um comentário, para que o Pétalas de Liberdade seja o que ele é.

 Obrigada!



Até o próximo post!

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Resenha: livro "O segredo da caveira de cristal", Mallerey Cálgara

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 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "O segredo da caveira de cristal", escrito pela mineira Mallerey Cálgara e publicado em 2015 pela Editora Mundo Uno.

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 "O tempo é como o vento. Não apenas leva, mas também traz"(página 69)

 A história é narrada em terceira pessoa e ocorre num passado distante, tendo como cenário principal o reino de Heilland, que era cercado por quatro outros reinos. A rainha Arápia teve dois filhos gêmeos, dois meninos que eram muito diferentes um do outro: o sombrio Sulco e o simpático Heian. Sulco nasceu primeiro, e deveria ser o próximo rei, mas após uma visita a uma loja de artefatos mágicos, e levando em conta a opinião de sua esposa, o rei Alphonsus decidiu que Heian seria uma escolha melhor para governar o reino, mas ele não imaginava o que essa decisão acarretaria para a sua vida, a de sua esposa e de toda Heilland!

 "O segredo da caveira de cristal" foi uma grata surpresa para mim, confesso que minhas expectativas sobre ele eram pequenas, quando comecei a leitura eu esperava um livro de fantasia leve e infanto-juvenil, e ele até parecia isso nos primeiros capítulos, uma história sobre dois irmãos que disputam o trono, mas aí os capítulos foram passando e eu fui me surpreendendo com o crescimento da história, e tenho que dizer uma coisa para vocês: leiam!

 No começo, os gêmeos são adolescentes ainda, e nessa tal loja de artefatos mágicos que mencionei, eles conhecem Mongho, o filho do dono. Heian acaba se tornando amigo dele, e a dimensão que essa amizade toma é enorme. Parece que a história vai ficando mais forte conforme os jovens vão crescendo. E mesmo tendo partes inimaginavelmente tensas, eu gostei de a autora ter colocado cenas mais leves, onde era possível ainda ver o bom humor de Heian e a juventude de Mongho, a relação dos dois parecia a que eu tenho com meus amigos e com as pessoas próximas de mim, havia frases e tiradas bem humoradas para descontrair.

 "Era certo que Mongho teria que pagar poe essa ajuda extra, mas ele não se importou. Quatro moedas de ouro a menos nos cofres de Heilland não fariam diferença, e um homem morto não precisa de ouro, pensou, depositando as moedas na mão de Jamil, o guia do grupo, que ria de um canto da orelha a outro."(página 255)

 Foi uma leitura que realizei rapidamente (como tinha uma montanha de outras coisas para fazer, levei três dias), a escrita da autora é ótima e fluida, acho que ela se equipara a grandes autores do gênero que já li, a ambientação é boa e os personagens merecem destaque especial. Cheguei a ter pena de Sulco no início, mas depois vi o quanto ele poderia ser cruel. Heian me surpreendeu, ao mostrar o grande potencial que tinha para governar, além de ser um homem bom. Mais surpreendente ainda foi a rainha Driadh, esposa de Heian, a força que aquela mulher teve para colocar a sua responsabilidade perante seu povo acima da paixão pelo marido, foi algo que eu nunca vi antes. E o que foi aquele final do casal? Gente! Vocês não tem noção do que aconteceu!!! E o Mongho, para quem no início torci o nariz por causa do nome estranho, achei que seria só um personagem secundário, mas que foi se revelando e pode ser considerado o protagonista da trama. Tenho que citar também a Nadjra, cujo papel na história não vou revelar, mas que é a grande prova de que a autora consegui dar vida e identidade sólida a seus personagens.

 Tenho que agradecer a autora, pois ela poderia ter enrolado em alguns pontos (como nas viagens de Mongho), ter enchido linguiça em algumas partes e feito a história ficar maior ou até mesmo com mais volumes, mas preferiu deixar a trama ágil, sem correr mas sem diminuir o ritmo, mostrando que realmente tinha domínio da trama e talento, obrigada Mallerey!

 O mais interessante de tudo, foi ver os personagens tentando evitar uma espécie de profecia, mas fazendo com suas ações justamente o oposto, correndo de encontro ao que mais temiam. Cada decisão deles levava exatamente para onde eles não queriam ir, e nem eu queria que eles fossem. Os dois capítulos finais são arrebatadores, e me deixaram ansiosíssima para o próximo livro, que pelas pistas do volume um e se manter o ritmo do primeiro, certamente será indescritivelmente bom!

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 Sobre a parte visual, devo lembrar que a Mundo Uno é uma editora nova e pequena, mas o trabalho que ela fez ficou no mesmo nível das maiores editoras do país, muito bom! A capa é bem bonita, condizente com a história, de um material bom e fosco. As páginas são amareladas, lisas, e de uma boa grossura. Em cada início de capítulo, a numeração dele está com uma fonte diferente, além da ilustração do brasão de Heilland. A diagramação está ótima, com margens, letras e espaçamento de bom tamanho. Há alguns erros de revisão, mas que não comprometeram a leitura. Há algumas ilustrações em determinada página, e quero ressaltar um diferencial: muitos livros trazem uma página com um mapa do lugar onde a história se passa, em "O segredo da caveira de cristal" o mapa está na contracapa!

 Enfim, "O segredo da caveira de cristal"é um livro que eu gostei e que recomendo, tanto para quem gosta de fantasia quanto para quem não é muito fã do gênero, pois todo mundo precisa ser surpreendido por uma história dessas, que ganhou cinco estrelas em minha avaliação no Skoob pelo crescimento que ela apresentou e por ter me transportado para o universo de Heilland. Leiam!

 Detalhes: 326 páginas, ISBN-13: 9788582550663, Skoob (média de nota: 5/5, quase 400 pessoas também concordam comigo!) página no Facebook, book trailer (maravilhoso!). Onde comprar online: loja da editora, e-book na Amazon.

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Me contem: já leram "O segredo da caveira de cristal" ou algum outro livro da autora?


Até o próximo post!

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Resenha: livro "Respeite o medo", Ana Cristina Soares (com sorteio de um exemplar)

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 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Respeite o medo", escrito pela Ana Cristina Soares e publicado pela Chiado Editora em 2015.

Resenha: livro "Respeite o medo", Ana Cristina Soares (com sorteio de um exemplar)

 A Ana entrou em contato comigo perguntando se eu gostaria de ler o livro dela, me falou mais ou menos do que se tratava e eu aceitei, pois gosto de livros de contos, mas não fazia ideia do que ia cair em minhas mãos! Aí, como ele era relativamente pequeno se comparado com os outros livros que estavam na minha lista de leitura, surgiu um tempinho e eu resolvi pegar ele para ler. Já no primeiro conto a Ana me nocauteou, me deixou extremamente surpreendida com a história que ela criou, e foi só o primeira de muitas maravilhosas surpresas que tive ao longo da leitura.

 Alguém me explica o que está acontecendo com os escritores de contos desse país, que estão cada dia melhores?! Quem acompanha o blog sabe que eu já havia sido surpreendida positivamente com outro livro de contos de terror, o "Eu me ofereço! Um tributo a Stephen King", só que ele era escrito por vários autores, já o "Respeite o medo"é escrito por uma só, mas é tão bom quanto "Eu me ofereço!".

 O livro é composto por 20 contos, alguns menores, outros maiores, mas todos muito bons! Se não me engano, apenas 1 é narrado em primeira pessoa, todos os demais são em terceira. Não tem como eu falar de todos ou a resenha ficaria enorme, mas também é difícil escolher um para citar, já que, como disse anteriormente, todos tem um nível elevadíssimo no que diz respeito a história contada pela autora.  Ele não é um livro de contos de terror, tem uma mescla de temas e gêneros: alguns vão mais para o lado da fantasia e do sobrenatural, outros são bem realistas, uns são mais engraçados e leves, outros são mais pesados e sombrios.

 Falando sobre o primeiro, que já mostrou o talento da escritora, em"Má companhia"temos a história de um cara rico que se apaixonou por uma mulher com um poder aquisitivo menor, mas por causa de um amigo que vivia desconfiando dela e dizendo que a moça era interesseira, ele não viveu essa paixão com a intensidade que ela merecia. Durante boa parte da leitura, fiquei aguardando para ver se a mulher tinha algum podre mesmo ou até que ponto a desconfiança plantada pelo amigo da onça iria chegar, mas aí veio o desfecho inesperado! Se o protagonista tivesse deixado seu orgulho de lado e confiado mais no seu coração...

 O segundo conto, que dá título à obra, conta a história de Helena, uma garota que sentia uma presença estranha em seu quarto. Ela não via nada, mas sentia que tinha algo lá. Helena não conseguia dormir de noite, e teve toda a sua vida afetada por essa presença e pelo medo que sentia. Procurou ajuda com "especialistas": padres, pastores, médiuns, videntes, psicólogos e até ufólogos, mas nada realmente ajudava. O desfecho é perturbador e me deixou de boca aberta!

 Alguns dos conselhos que Helena recebeu:

 "- São espíritos obsessores. Venha ao meu centro, pois você é médium e precisa se desenvolver.
 - É o demônio, em uma de suas formas mais violentas. Você precisa ir a doze missas em Aparecida e rezar o terço toda noite.
 - É a civilização de Atlântida querendo usar você para retomar o poder na Terra. Você precisa aprender grego para se comunicar com eles. (...)
 - São lembranças reprimidas da primeira infância. Você precisa enfrentar."(páginas 18 e 19)

 Em "Cecília e a Morte", conheceremos Cecília, uma mulher aparentemente comum, mas que era uma espécie de ajudante da Morte. Apesar de ter uma personagem tão temida como a Morte, é um dos contos mais delicados e emocionantes da obra.

 "- (...) queria saber como é.
 - Como é o que?
 - O Amor. Como é sentir Amor? Eu conheço o Amor, ele me ajuda muitas vezes. Acompanha os que vão e os que ficam. Mas eu não sei como é senti-lo. Sempre pergunto isso para as pessoas, mas as respostas sempre são diferentes. Como é?
 Cecília olhou a Morte longamente e então respondeu:
 - Sabe o que é? É que está muito acima de sua compreensão. Você não pode saber nada do meu mundo.
 E a Morte sorriu." (página 32)

 Quero ressaltar a criatividade da autora para os títulos dos contos, alguns são interessantíssimos, por exemplo: "A Lua, o Sol (e o Trambiqueiro)", que traz três primos como protagonistas, sendo que um é "diferente", e traz uma questão bem polêmica.

 Em vários contos, a autora colocou reviravoltas, eu lia uma parte a achava que já sabia como a trama ia acabar, mas aí vinha o próximo paragrafo e mudava tudo. Foi o caso de "Péricles", onde conheceremos a história de um homem que se arriscou para salvar a vida da esposa que estava com ele no carro quando sofreram um acidente. Ele podia ter se salvado sozinho, mas decidiu também ajudá-la, ficando de certa forma incapacitado depois do ocorrido. Três anos depois, a esposa não suportava-o mais e queria se livrar dele. Eu já estava julgando a ingratidão dela, e talvez vocês também estejam, afinal, o cara ficou do jeito que ficou para salvar ela, mas aí a autora, que havia me enganado direitinho, explicou como realmente o Péricles estava.

 A penúltima história é "O Flagra!", onde conheceremos Flávia, uma secretária comilona que, por esquecimento, teve que voltar na empresa onde trabalhava bem depois do fim do expediente, e...
 "- D. Flávia! A senhora vive com fome e por pouco não morreu com fome!" (página 153)

 Foi interessante observar que todos os contos traziam mulheres como personagens importantes na história, algumas faziam coisas boas, outras faziam coisas ruins. Eu não estou aqui para julgar as ações de cada uma das personagens, mas creio que se analisarmos os papéis que as mulheres costumam receber, "Respeite o medo"é ainda mais recomendado por trazer personagens femininas que vivenciam histórias fortes e que fogem dos esteriótipos de beleza, pureza e"casaram-se e foram felizes para sempre"que vemos por aí. Temos mocinhas, vilãs e as duas coisas numa mesma pessoa, mas temos pessoas, mulheres, em diversas situações! O conto"Não brinque comigo", cujo trecho está na capa, é revoltante e proporciona uma reflexão sobre a sociedade machista em que vivemos, onde um cara acha que pode fazer o que quiser com a namorada, mas se ela paga na mesma moeda, ele faz uma monstruosidade com ela.

 "A morte o transformara em alguma outra coisa que Marília não podia amar."(página 112)

"Muita gente pensa que o enterro é importante para que os vivos vejam que seu ente querido está morto. Mas, o mais importante é que o morto saiba que está morto também." (página 112)

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A autora mora perto da minha cidade :) !
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 Sobre a parte visual: eu achei a capa bonita e condizente com o tom da obra, mas a editora poderia ter usado um material um pouco mais resistente. As páginas são amareladas e porosas. A diagramação está ótima, com margens, letras e espaçamento de ótimo tamanho.

 Ah, quero mostrar para vocês (para quem não viu quando postei no Instagram) o envelope em que recebi o livro, com algumas palavras que são temas dos textos. Amei!

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 Eu poderia ficar aqui falando sobre "Respeite o medo" por horas e horas, e certamente ainda teria algo para dizer, o fato é que eu gostei muito do livro e super recomendo que vocês leiam ele. Quem gosta de ser surpreendido, quem gosta de histórias bem escritas, cativantes e de leitura fluidas, ou gosta de personagens fortes, certamente vai amar "Respeite o medo". Aliás, acho que é uma obra que certamente agradará a qualquer leitor, mesmo quem gosta de leituras mais leves, provavelmente vai ser surpreendido por pelo menos um conto.

 Detalhes: 164 páginas, Skoob (minha nota: 5/5), ISBN-13: 9789895152957. Onde comprar online: loja da editoramercado livre.

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 Agora vem a melhor parte: assim que terminei a leitura, falei para a autora que tinha certeza que vocês iam ficar interessados no livro, e ela cedeu um exemplar para sortear no blog!

 Para participar, é super fácil: comente na resenha, curta as páginas do blog e da autora no Facebook e preencha o formulário abaixo. Quem seguir o blog tem direito a chances extras, assim como quem convidar amigos ou fizer outras ações propostas no formulário, aproveitem para aumentar as chances de ganhar.

 - As inscrições começam hoje e terminam no dia 29/04/2016, o sorteio será feito no dia 30/04/2016 e o resultado será divulgado nesse mesmo post e nas redes sociais do blog.
 - É preciso ter endereço de entrega no Brasil.
 - O sorteado será comunicado por e-mail e tem o prazo de uma semana para responder ao e-mail enviado informando seus dados para envio do prêmio ou será desclassificado e o sorteio será refeito.
 - O prêmio será enviado pela autora em até 30 dias após recebimento dos dados do ganhador.
 - Não nos responsabilizamos por danos, extravios ou devolução do prêmio por parte dos Correios em caso de endereço incorreto fornecido pelo participante ou ausência de quem o receba.

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 Boa sorte!

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha e que participem do sorteio.


Até o próximo post!
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Resenha: livro "13 Horas", Mitchell Zuckoff

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 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "13 horas - Os soldados secretos de Benghazi", escrito pelo Mitchell Zuckoff com a colaboração da Equipe de Segurança do Anexo, e publicado pela Bertrand Brasil em 2016.

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 Confesso que o que me fez solicitar esse livro foi a capa bonita e o fato de o filme homônimo lançado esse ano ter se baseado nele. Eu imaginei que uma história de um atentado real talvez não fosse ser uma leitura muito boa, mas estava completamente enganada!

 A história se passa em 2012, mais especificamente em uma data sobre a qual vocês devem ter visto alguma notícia nos jornais, da noite de 11 de setembro para a manhã de 12 de setembro, 13 horas muito difíceis para um grupo de norte-americanos que estava na Líbia, mais especificamente na cidade de Benghazi. Para quem não se lembra, em 2011 o ditador Muamar Kadhafi havia sido tirado do poder, e desde então o país estava se reorganizando.

 Não era bem uma embaixada o que os Estados Unidos tinham em Benghazi, era algo denominado como Complexo da Missão Especial do Departamento de Estado dos EUA, ou simplesmente Complexo Diplomático, onde estava o embaixador Christopher Stevens. Christopher é descrito como um pacifista, alguém que acreditava que diferentes culturas deveriam conviver em paz, e que fazia disso a sua luta.

 Além da pequena equipe de segurança que estava no Complexo, perto dali havia outra equipe, supostamente secreta, a GRS era composta por integrantes da CIA e complementada por outros agentes especiais e com diversas formações, que ficavam no local denominado "Anexo da CIA".

 Sobre os agentes especiais, cujos depoimentos foram as principais fontes de Mitchell Zuckoff para escrita do livro, ao compartilharem suas lembranças dos acontecimentos, sentimentos e pensamentos daquela noite:
 "Todos estavam entre os trinta e tantos e os quarenta e tantos anos, todos tinham viajado muito e todos tinham esposa e filhos que amavam e podiam sustentar mais facilmente com o pagamento da GRS." (páginas 64 e 65)

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 Todo 11 de setembro é uma data tensa para os norte-americanos, sempre há o temor de que algo parecido com os atentados terroristas de 2001 possa acontecer. Por isso, naquela noite na Líbia, a equipe de segurança do Anexo, composta por Oz, Tanto, Tig, Jack, D.B e Rone, estava em alerta. Com o cair da noite, o que temiam aconteceu: o Complexo Diplomático foi atacado por um grupo de agressores líbios. E eram os homens do Anexo os mais próximos e que poderiam tentar resgatar o embaixador e os demais ocupantes do Complexo. Combatendo em terreno hostil e sem saber ao certo quem era o inimigo, a equipe de segurança passaria por 13 horas dificílimas, cheias de tensão, luta, tiros e sangue.

 "Eles passaram o tempo contando piadas e conversando, dizendo um ao outro que os Estados Unidos tinham aplicado bem o dinheiro em treinamento para ensinar-lhes como ser soldado. Ambos já tinham presenciado ação antes, mas nada tão prolongado nem intenso quanto aquilo."(página 260)

 Eu não tinha expectativas para o livro, não leio muitas coisas do tipo, mas me sinto grata por ter arriscado a ler a obra. Diferente do que eu esperava, a narrativa tinha um ritmo ágil, a escrita do autor era fluida. E eu li as mais de 300 páginas rapidamente. Mitchell Zuckoff me fez imaginar com clareza as cenas, os personagens, me fez vislumbrar a tensão que aquelas pessoas viveram naquela noite, me fez sentir empatia por eles e quase me fez chorar. Ao finalizar a leitura, não havia outra nota que eu pudesse dar que não fossem as cinco estrelas no Skoob!

 Nada justifica atacar um grupo que estava em missão de paz, e era isso que o embaixador estava fazendo na Líbia, buscando paz. E a equipe de segurança estava ali para protegê-lo, mas ao serem atacados, eles revidaram com bravura. Durante a leitura, é impossível não torcer pelos norte-americanos, não torcer para que eles consigam sair dali em segurança, sem baixas. E quando a gente pensa que acabou, vem mais uma saraivada de explosões e mais tensão.

 "- Se estão atirando em vocês, atirem neles.
 - Copiado - disse Tig.
 Ele e Oz não tinham mesmo parado de atirar." (página 256)

 No fim, fica a admiração por aqueles homens, que graças ao seu bom treinamento e a sua coragem, conseguiram evitar que a tragédia fosse maior ainda e que todos os mais de 20 americanos ali morressem. Fica a admiração também por Mitchell Zuckoff, por ter ido buscar a versão daqueles que de fato vivenciaram o acontecido, sem abrir mão das versões oficiais dada pelo governo e do que saiu na mídia, na intenção de dar voz a quem realmente esteve presente, retratando a humanidade daquelas pessoas que são tão reais quanto eu e você, mas que diferente de nós, passaram por coisas que eu espero que não tenhamos que passar nunca.

 "- Com certeza vamos fazer as pessoas pagarem pelo que fizeram.
 - Vocês tem que fazer isso, senão coisas desse tipo vão continuar acontecendo - repreendeu Tanto.  - Vocês tem que consertar isso ou não nos verão aqui mais. E se virem, não será como aliados."(página 314)

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Na foto acima, alguns dos invasores do complexo e o que eles fizeram lá.
 Sobre a parte visual: eu achei a capa realmente muito bonita, ela é brilhante, e baseada nas imagens do filme. As páginas são amareladas, as margens, o espaçamento e as letras tem um bom tamanho. Há alguns mapas que auxiliam na compreensão do local onde se passa a trama, e mais ou menos no meio do livro há algumas páginas com fotos dos "personagens", do Complexo e do Anexo antes e depois das 13 horas, e dos agressores. Não me lembro de ter encontrado erros de revisão. Um ótimo trabalho da editora!

 Por mais que eu fale, sinto que ainda não conseguiria transmitir para vocês o quanto foi gratificante realizar essa leitura. Enfim, o que quero dizer é que o livro é bom e que vale a pena lê-lo. A colaboração da equipe de Segurança do Anexo foi indispensável, e Mitchell Zuckoff acertou em cheio ao transformar a realidade em narrativa, transformando pessoas reais em personagens pelos quais torcemos, colocando o bom humor deles para contrabalançar a situação dramática, fugindo do tom completamente jornalístico e frio e optando por algo realmente quase que cinematográfico e emocionante. Ah, sobre o filme: acho que não tenho coragem de assisti-lo, após saber o desfecho de alguns personagens. Leiam se puderem, mesmo quem não curte temáticas de guerra pode gostar, eu gostei.

 Detalhes: 350 páginas, ISBN-13: 9788528620535, Skoob, onde comprar online: Submarino, Americanas.

 Enfim, por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha de hoje. Me contem: alguém se lembra de ter visto notícias sobre o ataque, já leu o livro, viu o filme ou conhecia o autor?


Até o próximo post!
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